A pessoa imatura tende a atribuir ao ambiente externo toda a razão do seu mal-estar, de seus problemas e dificuldades. Isso porque é mais fácil achar que o problema está fora e não dentro de si mesmo. Com isso ela se coloca na posição de vítima do mundo, vítima das pessoas e vítima de seus próprios problemas. Nesta posição ela não precisa fazer nada, sob a sua ótica, e fica parada e passiva esperando que o mundo se modifique ou que as pessoas se modifiquem em seu próprio benefício. Assim então ela não se esforça, não se empenha, não luta, não cresce, só se lamenta.
Obviamente as lamentações não levam a parte alguma e têm, muitas vezes, o objetivo de instalar o sentimento de culpa no outro. E por trás disso, têm também a proposição dessas pessoas que não querem crescer: "eu sou assim mesmo". Dizer: "eu sou assim mesmo" mostra a falta de desejo ou a falta de condições para o crescimento emocional e para a maturidade.
Se todo mundo raciocinasse assim, ficariam evidentes as posições cristalizadas e comodistas em relação a tudo na vida. "Eu sou assim mesmo", quer dizer que é você é que tem que mudar e isso é mais cômodo para mim porque não me exige esforço nem trabalho.
Acontece que, no convívio com pessoas deste tipo, os outros tendem a embarcar nessa forma de manipulação e quase acreditam que tenham que mudar sozinhos para segurar o relacionamento.
É claro também que pessoas deste tipo não tem consciência, ou preferem não ter, da igualdade de direitos entre todos os seres humanos. Dentro de sua imaturidade, seu egocentrismo lhe diz que os direitos são só seus e ela passa a querer tudo para si, esquecendo-se de que quem está a seu lado tem os direitos exatamente iguais e, comumente eles são invadidos e desconsiderados.
Além disso, são pessoas controladoras que temem a todo tempo perder o seu lugar e a sua identidade. Por isso, se fazem de vítimas, usam de chantagens, cobram, lastimam e dão muito pouco de si, para que exercendo o controle sobre os demais, ela tenha a ilusão de ser forte, de ser importante e de ser reverenciada.
Porque no fundo, nem ela mesma acredita em sua força e em sua importância, precisando então que, a todo tempo, alguém lhe prove que ela existe. Nem que seja à custa de chantagens e manipulações.

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